PERSONALIDADE, CARÁTER.
O JEITO NOSSO DE CADA DIA
Quais
as características que fazem agente se reconhecer como uma pessoa, parecida com outras , mas
diferente única? Como a família e os amigos dizem que somos aos olhos deles?
Quantas
vezes eu me vi de um jeito e as pessoas diziam que eu era de outro jeito.
A
formação da personalidade de cada um começa cedo. Olhei no dicionário e está
escrito “personalidade vem do latim personalis,
que significa pessoa, caráter do que é pessoal. Individualidade psicológica de
uma pessoa que se manifesta no seu comportamento. Conjunto de traços físicos e
morais pelos quais se determina a individualidade de uma pessoa” (Dicionário
Larousse Cultural da Língua Portuguesa).
Nosso
jeito pessoal de ser, de agir é definido em primeiro lugar em casa, na família.
Existem crianças e jovens que vivem, na infância em instituições. Essas creches
ou orfanatos substituem a família na formação da personalidade.
Outras
influências na formação do caráter: a escola, os amigos, os vizinhos, a cidade,
o país, a internet, o momento do planeta... Personalidade é o mesmo que caráter
de uma pessoa.
É
uma importante lição de amor a maneira
como os adultos ensinam cada bebê a esperar o colinho, o alimento. Também, como
devagar vão entender que o mundo não gira em torno do umbigo deles. É a lição
dos limites que precisa ser aprendida pelos pais/mães e educadores junto com a
criança e o jovem. Quanto mais seguro o adulto estiver do seu amor pelo filho
que educa, mais firme será o limite proposto. Claro que sempre podemos rever
uma atitude. Compreender que ser firme não é ser duro. Nem agir com afeto é ser
mole. O ideal e ser firme com amor.
Muitas
vezes uma criança chora, reclama, briga, bate no adulto, desforra em outra
criança, faz birra, quebra um brinquedo é agressiva quando contrariada. Outras
vezes um adolescente é agressivo, bate, briga, responde, cria caso, bate porta,
quebra espelho. Alguns, em casa são tiranos e na rua moles e submissos.
Às
vezes os adultos são ora permissivos demais, ora durões demais. Adultos que vão
do oito aos oitenta não desenvolvem um perfil seguro de educador. Criam brechas
para filhos agressivos e mandões, mas fracos e dependentes. Aqui falta um
ingrediente na relação familiar.
Sabem
por quê? Porque o caráter, a personalidade se forma do nascimento até ao 18/21
anos. O que forma o jeito nosso de cada dia é o conjunto de limites de convivência,
os princípios éticos e morais que regem esses limites.
Vejam
como funciona internamente o limite. Nosso cérebro é como um mapa grande cheio
de condomínios. Em cada lugar do cérebro mora um tipo de aprendizagem, de
conhecimentos e junto estão os arquivos de como reagir àquele estímulo. Parece
difícil, mas não é. Olhem este exemplo: quando jovem, tinha medo de não ser
aceita nas festas. Na cabeça, há um lugar específico onde o medo é reconhecido
como medo e aciona a raiva. É um lugar
antigo, primitivo em nós. Ele faz com que a pessoa aja como os outros animais
que atacam quando ameaçados, isso é quando sentem medo.
E
qual será o medo que está presente num jovem quando ele agride diante de um
limite? Medo de não ser aceito? Medo das críticas dos amigos se obedecer a um
limite de um educador? Por que será que um jovem esperneia diante de um não e
depois fica manso, mais próximo dos pais/mães?
Estou
falando de atitudes equilibradas dos adultos. Pais que dizem: “Não, desta vez
você não vai, por que não quero. Sabe por que não quero? Porque te amo. Não
quero perde-lo e este lugar é muito perigoso” (Capelatto&Capelatto,2012).
O
jovem que se sente visto de verdade pelo adulto responsável começa agressivo,
esperneia diante do não, mas compreende quando um limite é de amor verdadeiro.
Nesse momento o jovem transcendeu aquela zona do cérebro do medo e começa a
reagir com outra parte do cérebro que regula as ações afetivas, amorosas. Aos poucos,
passa a compreender que pode sentir raiva quando é contrariado, mas não precisa
agredir. Desenvolve outras respostas para o medo do não.
Seu
caráter ganhou novo brilho, diferentes fronteiras. Tem mais capacidade de ser
um vencedor em sua vida. Que alívio! Saber enfrentar o medo de não ser visto,
não ser escolhido positivamente.
Conhecer
quando uma frustação desencadeia raiva. Daí fica mais fácil criar diferentes
jeitos de responder aos estímulos do meio. Toda esta aprendizagem torna o
caráter do jovem mais forte. Sua
personalidade mais definida ganha brilho; Ele se reconhece mais ético, moral –
um cidadão.
Mas
nem sempre são flores um processo de educação. Infelizmente. Alguns por não
saberem ensinar limites com amor e firmeza, facilitam brechas no caráter de um
jovem.
Existem
desvio de caráter de vários tipos, dos mais leves aos mais marginais. Mentir,
tirar vantagem em tudo. Agir com preconceito agredindo pessoas. Considerar que
tem direito de impor justiça com as próprias mãos porque o que pensa é a
verdade universal. Exigir da família mais do que pode dar.
Ter
sentimento de culpa depois de um erro. São alguns sinalizadores. São luzes
amarelas para quem está em formação de caráter, de personalidade.
Famílias,
conversem. Discutam. Reflitam. Ouçam uns aos outros. Enfrentem conflitos. As
diferenças de opiniões. Atrás da raiva tem medo. Desmascarem esses mecanismos
de defesa. Busquem amor no coração como energia de mudança.
Não
deixem para depois o que podem fazer agora.
Querendo,
ainda dá tempo.
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