segunda-feira, 16 de maio de 2016

GRUPO TERAPÊUTICO FAMILIAR - PAIS FORTALECIDOS, FILHOS SAUDÁVEIS.

                                                   
PERSONALIDADE, CARÁTER.
O JEITO NOSSO DE CADA DIA


Quais as características que fazem agente se reconhecer como  uma pessoa, parecida com outras , mas diferente única? Como a família e os amigos dizem que somos aos olhos deles?
Quantas vezes eu me vi de um jeito e as pessoas diziam que eu era de outro jeito.
A formação da personalidade de cada um começa cedo. Olhei no dicionário e está escrito “personalidade vem do latim personalis, que significa pessoa, caráter do que é pessoal. Individualidade psicológica de uma pessoa que se manifesta no seu comportamento. Conjunto de traços físicos e morais pelos quais se determina a individualidade de uma pessoa” (Dicionário Larousse Cultural da Língua Portuguesa).
Nosso jeito pessoal de ser, de agir é definido em primeiro lugar em casa, na família. Existem crianças e jovens que vivem, na infância em instituições. Essas creches ou orfanatos substituem a família na formação da personalidade.
Outras influências na formação do caráter: a escola, os amigos, os vizinhos, a cidade, o país, a internet, o momento do planeta... Personalidade é o mesmo que caráter de uma pessoa.
É uma importante lição de amor  a maneira como os adultos ensinam cada bebê a esperar o colinho, o alimento. Também, como devagar vão entender que o mundo não gira em torno do umbigo deles. É a lição dos limites que precisa ser aprendida pelos pais/mães e educadores junto com a criança e o jovem. Quanto mais seguro o adulto estiver do seu amor pelo filho que educa, mais firme será o limite proposto. Claro que sempre podemos rever uma atitude. Compreender que ser firme não é ser duro. Nem agir com afeto é ser mole. O ideal e ser firme com amor.
Muitas vezes uma criança chora, reclama, briga, bate no adulto, desforra em outra criança, faz birra, quebra um brinquedo é agressiva quando contrariada. Outras vezes um adolescente é agressivo, bate, briga, responde, cria caso, bate porta, quebra espelho. Alguns, em casa são tiranos e na rua moles e submissos.
Às vezes os adultos são ora permissivos demais, ora durões demais. Adultos que vão do oito aos oitenta não desenvolvem um perfil seguro de educador. Criam brechas para filhos agressivos e mandões, mas fracos e dependentes. Aqui falta um ingrediente na relação familiar.
Sabem por quê? Porque o caráter, a personalidade se forma do nascimento até ao 18/21 anos. O que forma o jeito nosso de cada dia é o conjunto de limites de convivência, os princípios éticos e morais que regem esses limites.
Vejam como funciona internamente o limite. Nosso cérebro é como um mapa grande cheio de condomínios. Em cada lugar do cérebro mora um tipo de aprendizagem, de conhecimentos e junto estão os arquivos de como reagir àquele estímulo. Parece difícil, mas não é. Olhem este exemplo: quando jovem, tinha medo de não ser aceita nas festas. Na cabeça, há um lugar específico onde o medo é reconhecido como medo e aciona  a raiva. É um lugar antigo, primitivo em nós. Ele faz com que a pessoa aja como os outros animais que atacam quando ameaçados, isso é quando sentem medo.
E qual será o medo que está presente num jovem quando ele agride diante de um limite? Medo de não ser aceito? Medo das críticas dos amigos se obedecer a um limite de um educador? Por que será que um jovem esperneia diante de um não e depois fica manso, mais próximo dos pais/mães?
Estou falando de atitudes equilibradas dos adultos. Pais que dizem: “Não, desta vez você não vai, por que não quero. Sabe por que não quero? Porque te amo. Não quero perde-lo e este lugar é muito perigoso” (Capelatto&Capelatto,2012).
O jovem que se sente visto de verdade pelo adulto responsável começa agressivo, esperneia diante do não, mas compreende quando um limite é de amor verdadeiro. Nesse momento o jovem transcendeu aquela zona do cérebro do medo e começa a reagir com outra parte do cérebro que regula as ações afetivas, amorosas. Aos poucos, passa a compreender que pode sentir raiva quando é contrariado, mas não precisa agredir. Desenvolve outras respostas para o medo do não.
Seu caráter ganhou novo brilho, diferentes fronteiras. Tem mais capacidade de ser um vencedor em sua vida. Que alívio! Saber enfrentar o medo de não ser visto, não ser escolhido positivamente.
Conhecer quando uma frustação desencadeia raiva. Daí fica mais fácil criar diferentes jeitos de responder aos estímulos do meio. Toda esta aprendizagem torna o caráter do jovem mais  forte. Sua personalidade mais definida ganha brilho; Ele se reconhece mais ético, moral – um cidadão.
Mas nem sempre são flores um processo de educação. Infelizmente. Alguns por não saberem ensinar limites com amor e firmeza, facilitam brechas no caráter de um jovem.
Existem desvio de caráter de vários tipos, dos mais leves aos mais marginais. Mentir, tirar vantagem em tudo. Agir com preconceito agredindo pessoas. Considerar que tem direito de impor justiça com as próprias mãos porque o que pensa é a verdade universal. Exigir da família mais do que pode dar.
Ter sentimento de culpa depois de um erro. São alguns sinalizadores. São luzes amarelas para quem está em formação de caráter, de personalidade.
Famílias, conversem. Discutam. Reflitam. Ouçam uns aos outros. Enfrentem conflitos. As diferenças de opiniões. Atrás da raiva tem medo. Desmascarem esses mecanismos de defesa. Busquem amor no coração como energia de mudança.
Não deixem para depois o que podem fazer agora.
Querendo, ainda dá tempo.                              
                                                               
Do livro, Conversas1@pais-filhos.com de Julia Motta






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